Contraponto crítico às leituras precedentes dos cultos de possessão afro-brasileiros, esta obra privilegia os contornos e as margens do candomblé que, estudado no contexto da cidade de São Paulo, se acha já na periferia de uma ortodoxia construída na Bahia. Distanciando-se dos discursos autorizados , Carmen Opipari dedica uma atenção particular às vozes e olhares menores que forjam no cotidiano esse todo fundamental da cultura brasileira. Também sublinha o papel desempenhado pelos clientes no funcionamento nas Casas de culto, valoriza a polissemia de alguns conceitos centrais do candomblé, aborda as experiências de transe vividas pelas crianças em suas brincadeiras etc. A autora procura assim afastar-se de uma perspectiva que tende a erigir o candomblé em um sistema fechado e homogêneo, procurando colocar em evidência as definições de seu contorno operadas constantemente por seus adeptos.
Formato:
23,00 x 16,00 x 1,70 cm
Editora:
Edusp - Editora da Universidade de São Paulo