Em 1823 e 1825, Stendhal aparece na cena crítica francesa com Racine e Shakespeare. Embora não tenha a pretensão de escrever uma teoria sobre o teatro, parece inegável que ele lança ali as bases para a compreensão desse gênero. Como observa Leila de Aguiar Costa, trata-se de um panfleto em defesa da modernidade, da libertação frente aos preconceitos e ao pedantismo em direção do universo da energia e da paixão que amplamente se conformaria na obra romanesca do autor, especialmente em A Cartuxa de Parma e Crônicas Italianas. Longe e liberto das convenções e do pedantismo, o romanticismo no teatro apregoa a adequação aos tempos presentes: sua dicção, seus temas, seu enredo devem, sempre, responder à atualidade e, por conseguinte, ao verdadeiro; somente assim é que se proporciona o maior prazer possível. Eis a lição moderna de Stendhal e de seu Racine e Shakespeare.
Formato:
18,00 x 12,50 x 1,80 cm
Editora:
Edusp - Editora da Universidade de São Paulo