Há uma tendência da crítica em considerar as obras iniciais de Machado de Assis como inferiores, convencionais e imaturas, condenando-as ao justo esquecimento . Na tentativa de reverter este quadro, Jaison Luís Crestani propõe uma redefinição das perspectivas de análise no sentido de recuperar as particularidades e de reavaliar o valor literário dessa parte fundamental da obra machadiana. Analisando a produção do jovem romancista publicada no Jornal das Famílias entre 1863 e 1878, mostra que Machado de Assis questionou de forma crítica e dialética o pacto ingênuo da leitura folhetinesca-romântica dominante nas narrativas da época, o qual pressupunha a absoluta credibilidade moral e social do narrador e não podia descartar as soluções sentimentais / edificantes dos clichês de final feliz, e também da religiosidade, o patriotismo, o respeito pela ordem familiar e patriarcal e, ainda, as tintas da cor local.
Formato:
23,00 x 16,00 x 1,50 cm
Editora:
Edusp - Editora da Universidade de São Paulo