Questionamentos sobre a separação analítica entre língua e fala existem praticamente desde sua formulação por Saussure. Nas últimas décadas foi sendo construída uma relevante massa de conhecimento sobre a dimensão política como elemento constitutivo do funcionamento das línguas. Neste livro, os autores adotam a perspectiva teórico-metodológica de uma concepção da linguagem como determinada por processos sócio-históricos, respondendo à linha de análise do discurso de cunho materialista. O livro apresenta um detalhado panorama da série conceitual referente às relações entre o político e as línguas, tendo seu funcionamento especificado pela menção a diversos casos e situações, fundamentalmente na América do Sul, com destaque para os processos relativos às línguas portuguesa e espanhola. A linguagem, vista na constitutiva relação com sua exterioridade, é lugar de memória, espaço de inscrição dos acontecimentos próprios da dimensão social e histórica.
Editora:
Edusp - Editora da Universidade de São Paulo