O arquiteto francês Paul Planat usou a expressão casaca do arlequim ao analisar, em 1890, obras do ecletismo, qualificando-as como pastiche de múltiplas referências e associando seu caráter fragmentário ao traje feito de retalhos. Neste livro, a historiadora Heliana Angotti-Salgueiro insere o estudo aprofundado do estilo eclético na análise da criação de Belo Horizonte, idealizada para substituir Ouro Preto como capital de Minas Gerais e inaugurada em 1897. Apoiando-se em vasta pesquisa, a autora analisa a articulação entre as ideias e as formas, tanto locais como globais, presentes no pensamento racionalista do engenheiro Aarão Reis, autor da planta, nos modelos da École des Beaux-Arts de Paris retomados pelo arquiteto José de Magalhaes em seus projetos, e nas práticas dos mestres de obras italianos que construíram a cidade. Oferece, assim, uma obra de referência para todos que buscam entender a arquitetura e o urbanismo do século XIX.
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Edusp - Editora da Universidade de São Paulo