Franceses instalando-se no Brasil para trabalhar pela renovação da humanidade: não é um bom ponto de partida para examinar uma história do desejo de mudança social? Homens e mulheres que abandonam tudo para dar forma a simples palavras, não será isso a utopia? Com este questionamento, Laurent Vidal dedicou-se a pesquisar em diferentes arquivos para iluminar a criação do falanstério do Saí. Em 1841 centenas de artesãos e trabalhadores franceses vieram para o Brasil com mulheres e crianças, deixando o restante que tinham para trás, e dirigiram-se a Santa Catarina, onde fundaram o falanstério. Fugiam da repressão permanente que pesava sobre as classes populares e, alimentados pelas teorias de Charles Fourier, sonhavam em fundar no outro lado do Atlântico uma sociedade ideal e harmoniosa, como pioneiros de uma nova era de ouro.
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Edusp - Editora da Universidade de São Paulo