Caminhando e Cantando lança luz sobre a própria construção simbólica do movimento estudantil em 1968, no momento da irrupção de novos atores e eventos que se tornaram lugares de memória. Rafael Hagemeyer se detém sobre personagens e localidades como Édson Luís, Vladimir Palmeira, Geraldo Vandré, Ibiúna, a rua Maria Antonia com o objetivo de compreender sua transformação em mitos . Para Marcos Napolitano, se a política sempre teve uma dimensão teatral, portanto, cultural, o ano de 1968 e o movimento estudantil que tomou a frente da oposição ao sistema levaram este axioma ao máximo. Portanto, o movimento estudantil de 1968 não gerou um imaginário, mas se afirmou como imaginário, a partir do qual a própria memória histórica foi perpassada. A obra, mesmo rendendo homenagem àqueles que se lançaram no abismo, tenta reverter o foco de luz para que este não seja apenas um vão insondável da história, mas a fresta para o olhar escrutinador do historiador .
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Edusp - Editora da Universidade de São Paulo