Em cartas, críticos literários traçaram pontes para a América Latina

"Conversa Cortada" reúne 23 anos de correspondência entre Antonio Candido e o uruguaio Ángel Rama

07/07/2018

Em Folha de S.Paulo

Por Laís Modelli

“Meu pai foi o mais sociável dos antissociáveis de seu grupo de amigos e conhecidos”, conta a escritora Ana Luisa Escorel, filha do professor e crítico literário Antonio Candido (1918-2017).

“Uma das características principais de sua maneira de ser era a capacidade de se relacionar com pessoas situadas nas mais diferentes latitudes do espectro humano, transitando com naturalidade e interesse do intelectual eruditíssimo ao cantador de cururu; do parente querido e inculto à funcionária que atendia com lealdade o serviço doméstico”, recorda.

De todos os intelectuais eruditos que Antonio Candido teve como amigo, um foi pouco conhecido do público: o escritor e acadêmico uruguaio Ángel Antonio Rama Facal (1926-1983), um dos principais críticos latinoamericanos.

É justamente essa amizade reservada que é retratada em Conversa Cortada: A Correspondência entre Antonio Candido e Ángel Rama, livro lançado em maio deste ano. O volume é uma coedição da Edusp e da Ouro sobre Azul, editora de Ana Luisa Escorel.

Por meio da obra, pela primeira vez, o público tem acesso às 87 cartas, até então inéditas em português, trocadas entre Antonio Candido e Ángel Rama por um período que se estendeu de 1960 a 1983.

Em Conversa Cortada, observa-se a construção de uma amizade afetuosa entre os dois intelectuais, entrecortada por um momento político e social conturbado para os países latinos nas décadas de 1960 e 1970.

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Leia o texto original na íntegra na Folha de S.Paulo

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