Bosi era “o mais multifacetado dos críticos literários do País”
Autor de "Dialética da Colonização", o professor da USP morreu nesta quarta-feira, dia 7, aos 84 anos, de covid-19
07/04/2021
Por Luiz Prado
Galopando cada vez mais rápido, a covid-19 alimenta obituários e notas recordatórias. São mais de 300 mil mortes, mas não dá para se acostumar.
Quem partiu nesta quarta-feira, dia 7, vítima dessa doença, foi o professor de literatura, crítico e ensaísta Alfredo Bosi, deixando as letras e a comunidade universitária de olhos tristes. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, tinha 84 anos e estava internado em São Paulo.
Bosi, que nasceu em 26 de agosto de 1936, fez da Universidade de São Paulo uma presença incontornável em sua biografia. O começo foi em 1954, quando iniciou sua graduação em Letras Neolatinas na célebre Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), cravada no centro de São Paulo, no prédio histórico da Rua Maria Antonia. Concluiu o curso em 1958, especializando-se, nos dois anos seguintes, em Filologia Românica, Literatura Italiana e Literatura Brasileira.
O início das atividades docentes foi na sequência, em 1959, como assistente de Literatura Italiana na FFCL. Após passar um período entre 1961 e 1962 especializando-se na Università degli Studi di Firenze, na Itália, volta para a USP e reassume o ensino de Literatura Italiana de 1963 a 1970. É nesse momento que defende seu doutorado sobre a narrativa de Luigi Pirandello (1964) e sua livre-docência sobre a poesia de Giacomo Leopardi (1970).
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Seu último livro, Arte e Conhecimento em Leonardo da Vinci, havia sido publicado em 2018 (leia aqui matéria sobre esse livro publicada no Jornal da USP). Bosi foi casado com Ecléa Bosi (1936-2017), Professora Emérita do Instituto de Psicologia (IP) da USP, e teve dois filhos, Viviana, também professora da FFLCH, e José Alfredo. Deixou os netos Daniel e Tiago.