Coleção
Artistas da USP

Alex Flemming
Na minha obra, desde o início, isto é, desde as gravuras dos anos de 1970, não me preocupo com a repetição e sim com a possibilidade de mutação dentro de um mesmo ângulo, dentro de um mesmo código genético. A meu ver, minhas obras são como parentes, irmãos e irmãs, primos e primas, tios, sobrinho distante: todos advêm de uma mesma matriz, mas cada qual tem outra cor, outro tamanho, outro tratamento formal, outra plasticidade. Com essas observações acerca de seu processo criativo, Alex Flemming evidencia um dos aspectos importantes de suas obras, destacado neste livro: a constante experimentação, a reelaboração de objetos conferindo-lhes novo significado. As obras de Flemming reunidas neste volume mostram esse processo do artista nos anos iniciais de sua carreira, de 1978 a 1987, destacando o uso da fotografia, especialmente a fotogravura, como elemento importante do seu… Leia mais

Ana Calzavara
O volume 23 da coleção Artistas da USP apresenta o trabalho de Ana Calzavara, desde a sua graduação em artes plásticas, entre 1990 e 1994, passando por um período de formação em ateliês até a sua produção mais recente. São 165 obras, realizadas em distintas linguagens visuais e com expressividades específicas, mas que têm parentescos e influências recíprocas. Trata-se de pinturas, gravuras, desenhos e fotografias em torno de temas relativos à concepção do espaço e suas ambiguidades; sobreposições, recortes, espelhamentos, transparências, reflexos imagens imprecisas e difusas que são percebidas em determinada paisagem, território empírico e fonte básica da experiência da artista. Acompanham o livro textos de Claudio Mubarac, Cauê Alves e Alberto Martins, além de uma entrevista da artista a Fabrício… Leia mais

Atílio Avancini
As sessenta imagens apresentadas neste livro são expressões do olhar instantâneo. Imperceptível à visão humana, a técnica do flagrante permite congelar imagens fotográficas em frações decimais ou centesimais de um único segundo. A principal característica desses registros consiste em flagrar transeuntes, mais especificamente a dinâmica de pessoas, tendo como pano de fundo o espaço público lugar de encontro por excelência. A ligação entre o instantâneo e a vida urbana produz um tipo idiossincrático de fotografia, cuja semântica ajuda a entender o sentido de muitas práticas do cotidiano. Esse esforço de apreensão instantânea ao mesmo tempo de lentos processos históricos e de uma perspectiva que, comentando-os, desvela a si mesma é o que mais impressiona neste trabalho de Atílio Avancini, convidando-nos para o muito que ainda há para ser… Leia mais

Ermelindo Nardin
O décimo oitavo volume da coleção Artistas da USP é dedicado à obra de Ermelindo Nardin. É composto de quatro ensaios e uma entrevista com o artista, os quais dialogam entre si e com as reproduções que integram o livro, selecionadas pelo próprio artista, e permitem uma melhor compreensão de sua obra. A entrevista é datada de 2001, ano em que expôs uma seleção de suas gravuras no Instituto de Estudos Brasileiros da USP, e foi revista pelo próprio artista para integrar este volume. Segue-a um ensaio de Mayra Laudanna, organizado através de recortes temporais que evidenciam as mudanças na produção da sua obra e as pesquisas técnicas relativas às três artes, pintura, gravura e desenho. A partir desses dois ensaios, o escrito e o visual, chega-se aos dois seguintes, de Leon Kossovitch, os quais privilegiam viragens na arte de Nardin, em especial de 1996 e a de 2006, sem desprezar outras, as quais constroem os conceitos desses… Leia mais

Eugênia Gabriela
Este novo volume da coleção Artistas da USP apresenta o trabalho de Eugênia Gabriela, composto de fragmentos de uma realidade que, muitas vezes, passa despercebida em nosso cotidiano. As fotografias foram produzidas entre os anos de 2006 e 2012 nos municípios de Guimarânia, Patrocínio, Uberlândia, Holambra, Ribeirão Preto, São Paulo e Cabo Frio. Wagner Souza e Silva, no texto de apresentação do livro, observa: há fotógrafos que parecem ter consciência dessa postura que é própria do ato. Sem o objetivo de estabelecer conceitos ou construir discursos suplantados pelo império do verbo, produzem imagens que reforçam o potencial questionador presente nos caracteres silencioso e consentido de suas fotografias. Imagens que, dadas a simplicidade e serenidade que portam, revelam a insuficiência do verbo para garantir-lhes… Leia mais

Francisco Maringelli
A cidade transfigurada, personagens urbanos, animais, objetos, manequins, caixa de ferramentas, utensílios domésticos, nus femininos e suas interpretações em gesso e cera, autorretratos etc. frequentam a produção gráfica de Francisco Maringelli desde o início da década de 1980, às vezes, reunindo-se sob a forma de séries tituladas, outras, correndo dentro de álbuns ou sob a forma de cartazes e volantes que lhe anunciam com o mesmo teor gráfico as próprias exposições. Este livro apresenta um conjunto de xilogravuras e linóleos produzidos pelo artista ao longo de quase trinta anos de trabalho, acompanhados de texto de Luiz Armando Bagolin e uma longa entrevista com o autor, na qual comenta sua trajetória pessoal e seu processo artístico, e afirma sua preocupação com a síntese formal em seu trabalho… Leia mais

José de Souza Martins
José de Souza Martins, sociólogo e fotógrafo, vasculha o silêncio do que sobrou de uma era de esplendor industrial, mostrando o que ainda quer dizer a alma das ruínas, falando da temporalidade do que é propriamente social. As crônicas que acompanham as fotografias nasceram no instante em que o sociólogo fotografava: a Vila de Paranapiacaba, a desativação da Fábrica de Linhas Pavão, ou a Cerâmica São Caetano, desativada e demolida depois de quase 90 anos de funcionamento. O projeto fotográfico que se materializa no livro expressa a busca do fotógrafo na estética das sombras, do vazio e do que é finito, mas também a intenção de interrogar aberta e sociologicamente o silêncio, sublinhar a natureza indicial e polissêmica da imagem e do que ela documenta, o momento da sociedade que sobreviveu apenas como traço, sobra e sombra, rabisco da existência humana e… Leia mais

Luise Weiss
Luise Weiss traz reproduções de séries de obras da artista, acompanhadas de reflexões da própria autora sobre o seu fazer artístico e de textos de críticos e artistas como Leon Kossovitch, Norval Baitello Júnior, Evandro Carlos Jardim e Renina Katz. Os trabalhos reunidos têm início como pesquisa de material fotográfico familiar que, através de uma viagem emocionada e reflexiva pela memória e da convivência com a dor da nostalgia, se transformam numa busca visual de texturas, mescla de cores, sombra e luz. As fotografias posam, de algum modo, como modelos, intensificadas no diálogo com a pintura. Weiss recupera o passado para a atualidade por meio de uma infinidade de desenhos, pinturas, objetos e escritos, perseguindo a linguagem adequada para a representação de imagens difusas na memória e concretas nos registros. Oferece um precioso depoimento de como a criação artística não consegue se separar do acervo de emoções na busca do conhecimento no seu sentido mais… Leia mais

Marcelo Cipis
O volume 22 da coleção Artistas da USP mostra a obra de Marcelo Cipis, desde os primeiros trabalhos até a produção recente de meados da década de 2000. Desde o início de seu trabalho artístico, nos anos de 1980, Cipis transita entre os diferentes movimentos de arte, processando as diversas influências e criando uma espécie de mistura de caráter sempre lúdico e experimental, segundo seu depoimento. Valéria Piccoli analisa a obra do artista e comenta sua trajetória e influências, afirmando: Cipis retira dos objetos o seu sentido utilitário e o contexto que lhes dá significação, enfatizando sua dimensão de cópia. Ele tem consciência do poder que o artista tem de transformar o sentido dos objetos ao manipulá-los por meio da representação. Mais que qualquer objeto em si, o que interessa a Cipis são as infinitas possibilidades de… Leia mais

Takashi Fukushima
A representação da paisagem não-convencional distingue as obras de Takashi Fukushima apresentadas neste volume. Urbano, o artista arquiteto cenógrafo e professor Takashi Fukushima mostra a realidade do seu tempo. Suas obras com sutilezas confirmam claramente a síntese de culturas que as influenciaram, desde os primeiros contatos com as artes visuais junto aos artistas nipo-brasileiros do grupo Seibi e brasileiros do Grupo Guanabara. Takashi é hoje um dos artistas brasileiros mais importantes da geração dos anos de 1970, um pintor que desde o início de sua carreira investiga plasticamente imagens paisagens contemporâneas. Vale-se da ambivalência de linhas, formas e cores para idealizar maneira diferenciada de vivenciar a relação com a natureza, plasticamente, na contemporaneidade. O despojamento formal de sua pintura não dispensa a contrapartida de pinceladas ritmadas, que se movimentam soltas,… Leia mais