Destaques

América Latina no Século XIX
A história da América Latina sob o ponto de vista da cultura e das idéias políticas é o enfoque adotado pela autora nestes ensaios, que tratam de aspectos marcantes da independência e da identidade nacional de diversos países do continente. O recorte temporal escolhido é o século XIX, já que o seu estudo permite a compreensão de muitos temas contemporâneos polêmicos, como o papel da mulher, dos intelectuais e da Igreja nas lutas de independência. A autora baseou-se em fontes variadas, mas buscou principalmente nos escritos literários as fontes para seu trabalho, analisando a história das ciências, as publicações de contos e novelas pela Impressão Régia e a relação dessas publicações com o público-leitor, além da representação da natureza na iconografia do… Leia mais

Antigos e Modernos
O cenário literário do século XVII na França, tema ainda pouco pesquisado no Brasil, é o objeto de estudo de Leila de Aguiar Costa neste livro. Em sua leitura, abrange obras e autores bastante diferentes e pouco conhecidos do grande público, mas que tiveram um papel de relevo na tradição literária de seu país. A autora procura também oferecer elementos para o entendimento das concepções literárias que estiveram em discussão durante a querela dos Antigos e Modernos na França. Nos onze capítulos em que se divide o livro, são analisados a crítica francesa ao Dom Quixote, a arte do retrato, a relação das artes com o elogio dos feitos do rei Luís XIV, questões de gêneros literários, de representação teatral, o elogio da língua francesa, o embate entre história e ficção. Ao lado de capítulos temáticos, alguns florilégios críticos, que têm o intuito de desdobrar a reflexão sobre os Antigos e os Modernos e seus envolvimentos e engajamentos com as questões… Leia mais

Arte de Guerrilha
Arte de Guerrilha examina a produção de artistas de vanguarda no Brasil no período da ditadura militar, entre os anos de 1969 e 1973, procurando especificar, no interior da produção dita contracultural, as estratégias da arte de guerrilha, ou do "projeto conceitualista" como prefere o autor, que reagiram à repressão política, à perda de direitos e à censura às artes, frutos do AI-5. Algumas obras são analisadas como sintomas do imaginário do período, priorizando a interpretação cuidadosa de seis delas dos artistas Cildo Meireles, Artur Barrio e Antonio Manuel. Esta segunda edição revista vem a público num momento de circulação de narrativas históricas revisionistas e negacionistas, dispostas a negar o golpe de 1964, a ditadura e a tortura, e diante desse quadro as estratégias analisadas no livro ganham ainda maior… Leia mais

O Controle Ideológico na USP (1964-1978)
Dossiê elaborado para registrar e denunciar as perseguições institucionais ao corpo docente promovidas pela ditadura militar entre os anos de 1964 e 1978, ano da primeira divulgação do trabalho. A segunda edição foi acrescida de índice remissivo, fotos de alguns dos protagonistas e de duas reportagens publicadas na Revista Adusp sobre a presença do aparato repressivo na Universidade. Esta terceira edição, a primeira em parceria com a Edusp, vem a lume cinquenta anos após o presidente Costa e Silva assinar, em 1968, a promulgação do AI-5, principal dispositivo utilizado contra a inteligência universitária e que marcou o início de um novo ciclo repressivo no país, responsável por torturar e exterminar opositores. Trata-se de um importante documento para pesquisadores, estudantes e aqueles que se interessam pela história do país e de suas… Leia mais

Crime e Escravidão
Maria Helena Machado detém-se sobre as relações entre senhores e escravos em dois municípios paulistas, Campinas e Taubaté, pesquisadas a partir dos processos criminais de escravos, no período entre 1830 e a Abolição. Procura, assim, resgatar os comportamentos escravos em sua multiplicidade de formas e configurações históricas ao longo do tempo: enfocados como fato social, produto orgânico da vida cotidiana nas fazendas, determinados crimes recolocam o escravo como agente social e sujeito histórico, segundo a autora. Desgastar a dominação senhorial, onerá-la em sua amplitude e limitá-la através de resistências e confrontos revelaram-se como atos consequentes, pois permitiram aos escravos forjar espaços de sobrevivência e vida autônomas. Esta segunda edição vem acompanhada de três ensaios, nos quais a autora apresenta balanços da historiografia internacional e brasileira sobre o escravismo, e uma análise a respeito do cativeiro na cidade de São Paulo durante o Império. Livro digital… Leia mais

Epidemiologia Nutricional Aplicada à Obesidade
Epidemiologia Nutricional Aplicada à Obesidade analisa de forma abrangente e atualizada a epidemia de obesidade no Brasil, um desafio de saúde pública que impacta o processo saúde-doença e a qualidade de vida dos indivíduos. Utilizando-se da epidemiologia nutricional, disciplina da saúde coletiva, apresenta discussões metodológicas sobre diagnóstico da obesidade e avaliação do consumo alimentar, mostra mudanças nos padrões alimentares das populações e discute ações de prevenção e controle da obesidade, destacando ainda o papel dos alimentos ultraprocessados na epidemia de obesidade a partir de estudos científicos recentes. É certamente uma leitura obrigatória para gestores, pesquisadores, profissionais e estudantes de graduação e pós-graduação em nutrição e outros cursos da área da saúde.Confira entrevista com a… Leia mais

Escravos da Nação
Ilana Peliciari Rocha explora um tema ainda pouco conhecido, o processo de escravização existente entre os períodos colonial e imperial daqueles que eram considerados escravos públicos, os escravos da nação. Procura identificá-los, analisar a concepção do Estado sobre eles e contemplar suas características e vivências em estabelecimentos estatais. Esses escravos foram incorporados ao patrimônio imperial depois do confisco dos bens da Companhia de Jesus pela Coroa portuguesa, em 1760, e trabalhavam em diversos estabelecimentos públicos, tais como fábricas, fazendas nacionais, e estavam também na Corte, no Arsenal da Marinha, na Quinta da Boa Vista, nas colônias militares das fronteiras e nas obras públicas em geral. Em sua pesquisa, a autora constatou que parte deles recebia uma remuneração por seu trabalho, e alguns ainda tinham acesso à escola de primeiras… Leia mais

O Feiticeiro
A narrativa do romance O Feiticeiro transcorre em Salvador nos idos de 1878; nela, o autor detalha usos, costumes, tradições, festas populares, valores, a vida política e econômica da cidade, assim como o sincretismo religioso, com ênfase na forte influência exercida pela cultura mística trazida da África pelos escravos. Francisco Xavier Marques (1861-1942) foi jornalista, político, ensaísta e autor de contos e romances, tendo ocupado a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras. Sua prosa de ficção transfigura artisticamente a Bahia do sertão, das praias e da cidade de Salvador em linguagem requintada que, não raramente, se converte em prosa poética de acentuado lirismo, como observa o coordenador da coleção Reserva Literária, José de Paula Ramos… Leia mais

A Invenção de Nossa América
As representações da identidade coletiva na América Latina constituem uma vasta literatura de teses e relatos: mitos de origem e dos ancestrais, teorias sobre falhas constitutivas da sociedade latino-americana ou utopias sobre seu porvir. Este livro reúne ensaios de Carlos Altamirano que exploram esse campo discursivo sempre ativo. Neles, o pesquisador argentino discute diversos temas atravessados pela questão da identidade de "nossa América" seja a definição de um nome adequado a seu ser histórico, seja a busca de suas raízes, sejam os debates sobre a originalidade de sua expressão mostrando as vicissitudes de uma consciência coletiva que se busca e às vezes se perde. Compõe, assim, uma extensa reconstrução histórica da preocupação identitária dessa América, revelando com maestria uma trama tecida com muitos fios e que não pode ser reduzida a uma narrativa única.Confira entrevista com o… Leia mais

Madureira Chorou...em Paris
A historiadora Anaïs Fléchet descreve com detalhes o trajeto da música brasileira em sua difusão e impacto na cena cultural francesa, da Belle Époque até seu auge, nas décadas de 1970 e 1980. A partir do extenso volume documental de sua pesquisa, a autora explora as conexões e mediações entre Brasil e França no século XX, sem esquecer a ascensão dos Estados Unidos como um polo do mercado musical internacional e sua influência sobre essa relação no período pós Segunda Guerra. Desta maneira, o livro traz uma nova perspectiva, estrangeira, sobre a história transcultural da música brasileira e aspectos da diplomacia cultural do Brasil, expondo o surgimento de visões plurais sobre a música do Brasil no decorrer de todo o século XX, do consumo do exótico à celebração do… Leia mais