Assunto
Poesia e Prosa de Ficção

Badu
Badu, publicado pela primeira vez em 1932, aparece para o público e para a crítica em meio ao debate do romance nordestino, suscitado pelas publicações de José Lins do Rego e Jorge Amado, mas integra uma outra tradição da literatura brasileira: a construção de uma imagem bastante diversificada e complexa do Rio de Janeiro, ao lado de outros escritores como Manuel Antônio de Almeida e Lima Barreto. O romance foi o único publicado pelo autor Arnaldo Tabayá, que morreu precocemente, e conta a história de um homem casado que se apaixona por uma moça pertencente à classe das pequenas empregadas do comércio, a Badu, e vive essa paixão em meio ao desconforto de não mais honrar o seu casamento com Rosinha como… Leia mais

Bilac, o Jornalista
Neste trabalho, Antonio Dimas resgata as intervenções jornalísticas do líder do movimento parnasiano, propondo uma nova visão sobre sua atuação. Para tanto, ele garimpou as crônicas publicadas na imprensa carioca e paulista entre os anos de 1890 e 1910 aproximadamente, as quais se encontram reproduzidas nos dois primeiros volumes de Bilac, o Jornalista. No terceiro volume, os ensaios de Dimas ressaltam o equilíbrio entre poesia e jornalismo presente na concepção literária de Bilac. Como quer o organizador, a cidade do Rio de Janeiro é a grande personagem da crônica bilaquiana: uma cidade de um lado debruçada sobre a cultura do século XIX e, de outro, dilacerada pelas contradições políticas do início do século XX. A crítica de Antonio Dimas dialoga com a variedade de perspectivas retratadas nestas crônicas, revelando um Bilac múltiplo e… Leia mais

O Cântico dos Cânticos
Nenhum texto em toda a história recebeu tantas traduções e interpretações como O Cântico dos Cânticos, afirma Geraldo Holanda Cavalcanti na apresentação de seu estudo sobre o texto bíblico. O fascínio que o texto sempre exerceu em poetas, em literatos e no público em geral rendeu-lhe, desde a Antiguidade até os nossos dias, inúmeras traduções, análises e interpretações, marcando a literatura e a cultura ocidentais de forma significativa. Neste ensaio, o autor examina algumas das questões controversas que envolvem o texto, como a autoria, a questão da sacralidade, e as inúmeras correntes de interpretação desde a Antiguidade. O objetivo do autor é apresentar um texto de trabalho ou, como prefere, um exercício de compreensão com base no exame criterioso das mais modernas interpretações de estudiosos do assunto. Comentários analíticos acompanham a tradução, enriquecendo a compreensão e justificando as escolhas do… Leia mais

Cartas a Suvórin
O próprio Tchékhov deixou registrado que a parte de sua correspondência que mais gostaria de legar a futuros leitores era a que reunia as cartas enviadas a Aleksei Suvórin, editor do jornal Novo Tempo. Cobrindo um período de cinco anos, as cartas reunidas neste volume revelam a evolução da amizade entre os dois e incluem desde fatos da vida cotidiana do escritor até o detalhamento dos bastidores da criação de livros como A Ilha de Sacalina ou de sua primeira peça representada, Ivánov. Empregando uma variedade de estilos, as cartas têm muitas vezes um genuíno valor literário. Em diversas passagens Tchékhov discute questões candentes da época, como o caso Dreyfus, e faz comentários sobre escritores seus contemporâneos como Tolstoi e Turguêniev, carregados da ironia que caracteriza a sua… Leia mais

Um Colecionador de Angústias
Esta quarta edição de Um Colecionador de Angústias, obra que de algum modo se destaca na produção do autor quiçá pelo bem que lhe retrata a alma, o pensamento e o estilo complementa o volume Fidelino de Figueiredo Visto por Ele e Pelos Outros, cujo propósito é o de reavivar a figura e a importância desse notável português, professor da Universidade de São Paulo entre 1938 e 1951. Os textos do Apêndice que se acrescentam a esta edição fornecem mostra do sentimento com que o Um Colecionador foi recebido à época de seu lançamento, no início dos anos de 1950. Nas palavras de Segismundo Spina, um dos mais destacados discípulos de Fidelino, Um Colecionador de Angústias, obra da maturidade do escritor, é uma autobiografia original: a autobiografia do verdadeiro humanista do século XX, daquele que procura, numa plasticidade expressiva da experiência, a universalização das emoções pessoais é uma filosofia da vida, depois de muito sofrer, muito criar e muito conhecer os… Leia mais

Contos Cariocas
Contos Cariocas, de Artur Azevedo, inaugura a coleção Reserva Literária, cuja proposta é a de resgatar obras esquecidas ou fora de circulação, mas de interesse artístico e cultural permanente. A coleção vem repor em circulação obras de autores mais ou menos célebres, de valor incontroverso, mas que se confinaram ou numa única, ou numa última edição antiga e rara. As vinte e três narrativas curtas que compõem os Contos Cariocas foram publicadas pelo autor em periódicos, sendo recolhidas postumamente em volume pela editora Leite Ribeiro uma única vez, em 1928. Nelas, o autor propõe uma divertida viagem imaginária ao fim do Império e início da República, por meio de narrativas ligeiras e bem-humoradas que são recortes ficcionais do cotidiano desse período. O texto foi estabelecido, modernizado e anotado pelos alunos do curso de Editoração da… Leia mais

Épicos
O objetivo da Coleção Multiclássicos é oferecer edições confiáveis de autores essenciais na cultura do país, com ênfase em literatura e história, apresentados em edições com apurado rigor editorial. Os volumes têm entre três e seis obras, cada uma delas antecedida por um estudo particular, com a relação histórica de suas edições e os respectivos critérios editoriais, acompanhados de glossário. O primeiro da série Épicos apresenta os textos mais importantes nas transformações dessa modalidade de narrativa no Brasil: Prosopopéia, de Bento Teixeira, O Uraguai, de Basílio da Gama, Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão, Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa, A Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães, e I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias. A introdução geral foi elaborada por João Adolfo Hansen, e os demais colaboradores, por ordem de aparecimento, são: Marcello Moreira, Berty Biron, Eliana Scotti Muzzi, João Adalberto Campato Júnior e Paulo… Leia mais

A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX
No Japão, são denominadas shunga as pinturas e estampas do gênero erótico, das quais se conhecem mais de duas mil obras. Esta publicação, apresentada em uma caixa contendo dois volumes, relaciona aspectos da representação das relações amorosas nos séculos XVII, XVIII e XIX. Após uma introdução à arte erótica na China e no Japão, a fim de situar o erotismo na sociedade japonesa da época, a obra aborda diferentes artistas e períodos por meio de dois ensaios: um sobre as práticas sexuais femininas e outro sobre a problemática dos belos garotos Contempla ainda estudos sobre obras representativas, as quais foram traduzidas, analisadas e comentadas: Ehon iromi-gusa (Sementes Sensuais de Outono), de Kitao Shigemasa, Ehon haru-no akebono (Livro de Rir: Madrugadas de Primavera), de Kitao Shigemasa e Komatsuya Hyakki, Manpuku wagôjin (Deuses da Harmonia e da Extrema Felicidade), de Katsushika Hokusai, e Azuma Genji (Genji de Edo e Minhas Esposas), de Utagawa… Leia mais

Estranho Interlúdio
Narrar as facetas do caráter de uma mulher em diversas fases de sua vida por meio de seus relacionamentos afetivos na condição de filha, esposa, amante e mãe é o ponto central desta peça. O Neill chamava-a de minha peça feminina e a protagonista, com seus olhos inalteravelmente misteriosos desviando a vida de três homens de sua órbita normal, desenvolve, em certa medida, o tema clássico do Eterno Feminino de Goethe. A peça rendeu ao autor seu segundo prêmio Pulitzer, seu lançamento em livro se constituiu um fenômeno editorial, e foi filmada mais de uma vez, a primeira delas em 1932. A técnica empregada envolve dois níveis de diálogo, aproximando-a do romance, especificamente, do romance de fluxo de consciência. O nível do pensamento aqui é o mais importante, de vez que vigora um questionamento da própria fala, ou da linguagem, vista no mais das vezes como falsa ou… Leia mais

O Feiticeiro
A narrativa do romance O Feiticeiro transcorre em Salvador nos idos de 1878; nela, o autor detalha usos, costumes, tradições, festas populares, valores, a vida política e econômica da cidade, assim como o sincretismo religioso, com ênfase na forte influência exercida pela cultura mística trazida da África pelos escravos. Francisco Xavier Marques (1861-1942) foi jornalista, político, ensaísta e autor de contos e romances, tendo ocupado a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras. Sua prosa de ficção transfigura artisticamente a Bahia do sertão, das praias e da cidade de Salvador em linguagem requintada que, não raramente, se converte em prosa poética de acentuado lirismo, como observa o coordenador da coleção Reserva Literária, José de Paula Ramos… Leia mais