Valentim Facioli apresenta neste estudo uma abordagem reveladora de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o célebre romance de Machado de Assis. O autor lê esse defunto-narrador como uma metáfora de um Brasil escravista, carcomido por contradições entre o arcaico e o moderno, e nos mostra como Machado opera uma relação estranha entre seu narrador-personagem e o leitor. Ao ler o livro, somos sempre desafiados a acreditar ou a desconfiar do que estamos lendo, já que o ponto de vista da narrativa é sempre de Brás Cubas e não existe outra fonte a respeito dos acontecimentos narrados. Esta análise de Facioli enfrenta as traições que espreitam a narrativa, especialmente as astúcias, máscaras e meias-verdades perpetradas pelo narrador-defunto, cujas memórias são também uma memória do Brasil para a posteridade, feitas com humor, ironia e sátira, misturadas com doses de melancolia, ruína e… Leia mais