Mikhail Bakhtin marcou uma renovação nos estudos linguísticos e literários do Ocidente depois que suas ideias ultrapassaram as fronteiras da Rússia, a partir da década de 1970. Na multiplicidade de temas estudados em sua obra a sátira menipeia, a cultura popular medieval, o romance moderno ou escritores como Rabelais e Dostoiévski é possível localizar uma mesma questão de base que ele chamou de dialogismo. Trata-se do princípio de que todo enunciado linguístico se fundamenta sobre um diálogo implícito com outros enunciados, postulado cujo desdobramento teve consequências teóricas fecundas, gerando conceitos paralelos como os de polifonia e carnavalização. Reunindo ensaios de vários pesquisadores, esta coletânea coloca-se na esteira das reflexões de Bakhtin, aprofundando aspectos mais obscuros de sua teoria ou procurando desenvolvê-la na aplicação a novos objetos de… Leia mais