Este estudo de Gilberto Pinheiro Passos, agora reeditado, demonstra a consciência aguda do Conselheiro Aires para o tamanho fluminense das questões locais e nacionais, além de realizar um levantamento minucioso do influxo francês, principalmente, a que recorre o narrador machadiano para tentar dar conta das complexidades e dos problemas vividos pelas personagens. Fica revelado um certo tom menor na empresa narrativa de Aires, o que lhe permite dissonâncias sem preconceitos e também alimentar a ironia e o humor mesmo tratando, como trata, das questões mais graves, tensões, contradições, impasses de toda ordem, herança, dinheiro, inimizades inconciliáveis, amor, morte e, ainda, Abolição e República. A ênfase na fonte francesa revela que o Conselheiro se socorre de escritores contemporâneos e mais antigos, o que revela a fragilidade da literatura brasileira de então, da qual o Conselheiro tem perfeita consciência. Isso supõe, ademais, um programa crítico de Machado de Assis, centrado em seu presente e com olhos no… Leia mais