Livros

Estranho Interlúdio
Narrar as facetas do caráter de uma mulher em diversas fases de sua vida por meio de seus relacionamentos afetivos na condição de filha, esposa, amante e mãe é o ponto central desta peça. O Neill chamava-a de minha peça feminina e a protagonista, com seus olhos inalteravelmente misteriosos desviando a vida de três homens de sua órbita normal, desenvolve, em certa medida, o tema clássico do Eterno Feminino de Goethe. A peça rendeu ao autor seu segundo prêmio Pulitzer, seu lançamento em livro se constituiu um fenômeno editorial, e foi filmada mais de uma vez, a primeira delas em 1932. A técnica empregada envolve dois níveis de diálogo, aproximando-a do romance, especificamente, do romance de fluxo de consciência. O nível do pensamento aqui é o mais importante, de vez que vigora um questionamento da própria fala, ou da linguagem, vista no mais das vezes como falsa ou… Leia mais

Piedade Cruel
Considerada pelo próprio autor como sua melhor realização, Piedade Cruel foi escrita em 1939 e estreou em 1946, depois de uma ausência de mais de dez anos de peças inéditas do autor nos palcos. Nela, O Neill abandona o experimentalismo com linguagens, formas e enredos, que caracterizou sua produção nos anos de 1920 e de 1930, para retomar certo realismo do início de sua carreira, enriquecido pela experiência atribulada em sua vida pessoal e como dramaturgo. Piedade Cruel discute a necessidade humana de criar ilusões para suportar o peso da vida, a paz de espírito como necessidade fundamental do homem, e toda a ação gira em torno do conflito entre a ilusão e o valor relativo da verdade. A riqueza da peça decorre de seus diversos níveis de leitura, de suas várias interpretações, da profundidade e da compaixão com que o autor retrata os seres humanos decaídos, mas irmanados pelo… Leia mais