Desde a estreia da ópera Carmen, em 1875, a imagem convencional de sua protagonista é a de uma cigana sedutora, libertária, perigosa e autodestrutiva. Desafiando esse imaginário, Susan McClary apresenta sua pesquisa sobre a ópera de Bizet, seus personagens, sua dramaturgia e sua música, para então discutir questões de classe, gênero e raça. Com base em um repertório que abrange libretos, partituras, artigos de jornal, cartas e filmes, entre outras fontes, a autora aborda a gênese da ópera e as divergências entre Bizet e os libretistas; discute as visões oitocentistas sobre a mulher e os ciganos; explora as influências musicais do compositor, da música de cabaré aos aportes wagnerianos; analisa diretamente a partitura e seus grandes blocos musicais; e percorre a recepção da ópera ao longo do tempo. O volume traz, ainda, a análise de Peter Robinson sobre a novela Carmen de Prosper Mérimée, publicada em 1845, na qual Bizet se… Leia mais