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Cartas a Suvórin

Cartas a Suvórin

de A. P. Tchékhov

O próprio Tchékhov deixou registrado que a parte de sua correspondência que mais gostaria de legar a futuros leitores era a que reunia as cartas enviadas a Aleksei Suvórin, editor do jornal Novo Tempo. Cobrindo um período de cinco anos, as cartas reunidas neste volume revelam a evolução da amizade entre os dois e incluem desde fatos da vida cotidiana do escritor até o detalhamento dos bastidores da criação de livros como A Ilha de Sacalina ou de sua primeira peça representada, Ivánov. Empregando uma variedade de estilos, as cartas têm muitas vezes um genuíno valor literário. Em diversas passagens Tchékhov discute questões candentes da época, como o caso Dreyfus, e faz comentários sobre escritores seus contemporâneos como Tolstoi e Turguêniev, carregados da ironia que caracteriza a sua… Leia mais

O Cerejal

O Cerejal

de A. P. Tchékhov

A pequena aristocracia rural russa, na sua lenta e inexorável decadência, é retratada nesta peça, considerada a obra-prima de Tchékhov no gênero que rompe com a construção convencional ao introduzir a desdramatização. Suas personagens, afundadas na trivialidade cinzenta do cotidiano, cujas vidas estão cortadas como as cerejeiras, representam o pequeno universo particular em desagregação, no qual repercute a deterioração maior, que contamina toda a Rússia. Juntamente com As Três Irmãs Tio Vânia e A Gaivota esta peça compõe o grande quarteto dramático tchekhoviano que deu ensejo para que Stanislavski posteriormente desenvolvesse seu método de… Leia mais

A Gaivota

A Gaivota

de A. P. Tchékhov

Nesta peça, primeira grande expressão da maturidade artística do autor russo, o personagem Treplev perscruta o futuro e nos convida a sonhar “com o que se passará daqui a duzentos mil anos”. Diante da resposta de que “daqui a duzentos mil anos não se passará nada”, Treplev replica: “Pois então que nos seja mostrado esse nada”. A Gaivota foi considerada pelo próprio Tchékhov como uma comédia sobre vidas frustradas, submissas à deterioração social em que se encontrava toda a Rússia. Diante desse cenário, seus personagens oscilam entre os cultores da ilusão, ou aqueles dominados pela inércia total, enquanto outros ensaiam, ainda que timidamente, uma nova atitude diante dos tempos futuros. Depois do fracasso da primeira montagem, uma nova e bem sucedida encenação da peça realizada por Stanislavski e Nemirovitch Dantchenko trouxe para o autor o reconhecimento que sua dramaturgia… Leia mais

Ivánov

Ivánov

de A. P. Tchékhov

Responsável por uma verdadeira subversão na estrutura tradicional da narrativa de ficção do século XIX, Tchékhov também se consagrou como dramaturgo, inovando a arte teatral, o que se verifica em particular na forma de construção das personagens. Encenada pela primeira vez em 1887, Ivánov é ainda uma peça atual, ao tratar, de modo peculiar, do tédio que sufoca os últimos anos da Rússia czarista. Embora seja praticamente a estréia de Tchékhov como dramaturgo, já se apresentam aqui os seus ingredientes característicos, como o jogo psicológico oculto nos diálogos, o subtexto rico de significações e as pausas e os vazios inesperados, numa articulação peculiar daquilo que se convencionou chamar de teatro de atmosfera… Leia mais

Tio Vânia

Tio Vânia

de A. P. Tchékhov

A. P. Tchékhov (1860-1904) redefiniu os parâmetros da dramaturgia, propondo uma desdramatização que leva ao enaltecimento do que é aparentemente desimportante. Segundo esse modelo, o mundo interior das personagens, aquilo que subjaz, fala mais alto. Tio Vânia: Cenas da Vida do Campo em Quatro Atos foi a segunda obra de Tchékhov com montagem teatral feita pela companhia do Teatro de Arte de Moscou, de Stanislávski e Nemiróvitch-Dántchenko, consolidando a já bem-sucedida parceria. A estreia aconteceu em 1899, após a montagem pelo TAM de A Gaivota, no ano anterior. A trama se passa em uma propriedade rural russa, na qual a chegada de dois visitantes vindos da cidade altera o cotidiano bucólico dos moradores. O contexto geral de avanço da urbanização e do modo de produção capitalista reflete-se na desorientação das personagens em meio a um modo de vida em extinção, marcadas pela sensação de impotência, imobilidade, vazio,… Leia mais