"Se tolerarmos essa assombrosa realidade, quiçá ampliaremos nossa capacidade de apreender nossa incerta condição, deixando que aquilo que já somos possa eventualmente sofrer a visitação inesperada e enigmática daquilo que se procura esquecer, para o qual criamos dissimulações: o Real. Perceber e acima de tudo, possibilitar essa continência, transformando sua visita enigmática em formas possíveis de pensamento, talvez se chame psicanálise". Assim, Ricardo Trapé Trinca introduz a discussão sobre a visitação do Real. Ele propõe um método de aproximação ao tema bastante peculiar e adequado, valendo-se de uma prosa que oscila entre o discursivo e o poético. Luiz Claudio Figueiredo complementa: "O discurso do método em psicanálise está a serviço da disposição de mente necessária para que possamos fazer jus à natureza essencial dos fatos clínicos e aprendamos sempre de forma imperfeita e insuficiente, mas não excessivamente angustiada a lidar com eles".
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