Além de estabelecer uma comparação temática entre Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e O Estrangeiro, de Albert Camus, este ensaio também mostra a percepção da realidade implícita nas duas obras, a meio caminho entre um mundo tornado ficção e uma linguagem que trata dos absurdos da existência. Segundo o autor, Fabiano, de Vidas Secas, e Mersault, de O Estrangeiro, são personagens simetricamente opostas, já que o primeiro deseja a palavra que lhe permita compreender a realidade e Mersault, por sua vez, anseia suspender a lógica que a linguagem comum impõe aos fatos. Graciliano e Camus partilham assim uma certa estética do silêncio, o estilo conciso e o equilíbrio clássico que fazem da forma a expressão de um mundo… Leia mais