Kaori Kodama debate o nascimento e a prática da etnografia no interior do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil no momento em que se discutiam os projetos nacionais para o Brasil imperial, entre as décadas de 1840 e 1860. As páginas do periódico do IHGB, que reunia os mais importantes letrados comprometidos em pensar um projeto para a antiga colônia portuguesa, são ricas em discussões em torno do papel que caberia ao indígena nesse processo. E para isso era preciso munir-se dos instrumentos necessários para conhecê-los, nomeando-os, descrevendo-os, tornando-os visíveis segundo procedimentos narrativos capazes de igualmente controlá-los. Nasce assim uma etnografia aliada a um processo de escrita da história nacional. A autora analisou artigos da revista, textos literários, debate parlamentar e relatórios de presidentes de província, estabelecendo um quadro do modo como os índios passam a fazer parte da nação, seja a imaginada, seja a… Leia mais