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Hélio de Seixas Guimarães procura, neste livro, enfrentar algumas questões que ainda hoje, passado quase um século da morte de Machado de Assis, permanecem presentes nos estudos sobre sua obra. Na passagem do século XIX para o XX, a população alfabetizada do Brasil correspondia a 18% do total, dos quais apenas 2% eram capazes de ler livros. A quem os narradores machadianos, em sua quase obsessão de diálogo com o leitor, se dirigiam é a questão que Hélio enfrenta neste livro. A figura do leitor na produção ficcional de Machado é o assunto central do estudo, buscando estabelecer conexões entre o diálogo com o leitor no plano ficcional, e o embate histórico do escritor com seu público. O estudo é acompanhado de uma reunião de textos publicados na imprensa brasileira por ocasião da edição dos nove romances de Machado, mostrando a recepção da crítica no calor da… Leia mais

Investigando cartas, relatos de viagem, documentos históricos, teorias pós-modernas da cultura e literatura canônica, César Braga-Pinto examina alguns dos momentos fundadores da cultura literária no Brasil Colônia, procurando explicar de que modo a contradição entre a esperança no futuro e a visão pessimista acerca da realidade assumiu diferentes formas. Por meio da leitura de textos dos séculos XVI e XVII, como a Carta de Pero Vaz de Caminha, os Autos de José de Anchieta, os textos de viajantes franceses e a História do Futuro do padre Vieira, discute como a visão otimista dos discursos proféticos se relaciona à visão negativa da realidade com o objetivo de equilíbrio ou compensação. O autor evita deliberadamente levantar suposições a respeito da verdadeira relação dos indígenas com o futuro, limitando-se ao discurso construído pelo colonialismo. Ou seja, suas expectativas, crenças, esperanças e desejos de conhecer e aprender só foram levados em conta em relação ao modo como foram construídos pelos… Leia mais