Néstor García Canclini: Antropólogo da contemporaneidade
Intelectual produz análises pioneiras sobre os paradoxos da modernidade latino-americana
01/07/2021
Por Christina Queiroz
Pesquisador da cultura popular mexicana, do impacto de novas tecnologias no setor cultural e analista do papel desempenhado pela juventude em sociedades contemporâneas, o antropólogo e ensaísta argentino Néstor García Canclini assumiu, em setembro do ano passado, a titularidade da cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Desde então, investiga como instituições culturais do Brasil, México e Argentina estão se reestruturando em uma época marcada pelo desenvolvimento eletrônico. Professor da Universidade Autônoma Metropolitana do México, da Universidade Nacional de La Plata e da Universidade de Buenos Aires, as duas últimas na Argentina, em seus 60 anos de carreira Canclini, nacionalizado mexicano desde o ano 2000, também lecionou em instituições italianas, espanholas e norte-americanas. Filósofo de formação, seus objetos de investigação científica não se restringem ao campo das ideias e decorrem do desejo de refletir sobre a realidade concreta. Desse interesse derivam estudos pioneiros sobre assuntos diversos, entre eles vanguardas artísticas, modernidade latino-americana e globalização.
Canclini nasceu em La Plata, na Argentina, mas precisou se exilar no México após o golpe militar, em 1976. De sua casa na capital mexicana, o pesquisador, cuja trajetória tem sido marcada pelo frequente trânsito entre fronteiras, lamenta a impossibilidade de vir ao Brasil por causa das limitações impostas pela pandemia. Nesta entrevista concedida a Pesquisa FAPESP, Canclini fala de sua relação de mais de meio século com o Brasil, trata de resultados preliminares da investigação desenvolvida no Instituto de Estudos Avançados (IEA) e reflete sobre seus estudos envolvendo fenômenos emergentes como mídias sociais e algoritmos.
Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.
Canclini é autor dos livros Culturas híbridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade e O mundo inteiro como lugar estranho, ambos pela Edusp, e desde o ano passado assumiu como titular da cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência do IEA-USP.